Jornalismo Agroeconômico

Comunicação, Economia e Agronegócio | Prof. Dr. Francisco Rolfsen Belda

Análise de reportagem

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Análise de uma reportagem de sua escolha sobre tema de agroeconomia, considerando vocabulário (análise lexical), estruturas narrativas (enredo, cenários, personagens etc.), argumentos e teses sustentadas, uso de recursos gráficos (fotos, infográficos, quadros, tabelas) e fontes citadas na reportagem. Anexar imagem escaneada da página ou lincar a reportagem analisada.

Written by Francisco Rolfsen Belda

11/09/2010 às 19:50

Publicado em Exercício

14 Respostas

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  1. Ficha técnica da análise da reportagem
    Jornal Sul Brasil de Chapecó/SC
    Circulação regional
    Editoria Geral
    Página 6
    Edição conjunta dos dias 11 e 12 de setembro de 2010
    Título da matéria: Importação de peixes que não passaram por análise de risco está suspensa
    Verificação do texto:
    Começo analisando positivamente o número de fontes, que são adequadas ao tema. Foram inseridas as seguintes referências:
    Ministério da Pesca e Agricultura; produtor de peixe do interior de Chapecó Euclides Menegatti; presidente da Comissão de Pesca e Aquicultura da Assembléia Legislativa, deputado Padre Pedro; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Organização Mundial de Saúde (OMS), ministro da Pesca Altemir Gregolin; e Presidente do Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura Fernando Ferreira.
    A partir dessas referências o texto é construído. Observam-se no lide as informações básicas para entender o tema e o conflito de interesses que existe a partir da informação. De um lado as intenções sanitárias do Ministério da Pesca e Aquicultura que prejudica os importadores e de outro, os fatores positivos que favorecem a produção e comercialização de interna.
    A informação da suspensão das importações de peixes é embasada em fontes conceituadas, como a OMC e o MAPA. Percebe-se que houve um debate no texto, envolvendo os interessados no assunto. No entanto, não há informações sobre instituições estrangeiras que defendam a comercialização de peixes para o Brasil e nem se o produto nacional vai ficar mais barato com a queda nas importações, sobressaindo a produção brasileira.
    A informação é passada para o leitor por meio da escrita e de uma foto que ilustra um peixe sendo vendido no comércio local. Recursos como infográficos e tabelas estatísticas não foram usadas para ilustrar a matéria.
    Destaca-se que há um crédito na foto, identificando o autor da mesma. Quanto ao texto não fica explicado se é produção interna do Jornal Sul Brasil ou se foi recebido pela Assessoria de Imprensa do Ministério da Pesca e Aquicultura.

    A matéria está no site
    http://www.jornalsulbrasil.com.br/site/?p=5090

    Edição conjunta dos dias 11 e 12 de setembro 2010.

    Idiomar José Tessaro

    15/09/2010 at 18:03

  2. Análise e comparação de duas reportagens

    Revistas: Terraviva (edição fevereiro/2010) e Dinheiro Rural (edição de julho/2010)
    Comparação das reportagens de capa.

    A reportagem da revista Dinheiro Rural tem como título ‘Rei da soja, rei do boi’. Inicia com o caso de um produtor que colheu o maior volume de soja e agora quer realizar o sistema de integração lavoura-pecuária. No decorrer, o texto fala a respeito da produção do produtor, da quantidade de terras que possui e de como andam seus negócios e quais os planos futuros. Ele tem vários negócios como produção de biodiesel, algodão, soja e peixes.
    A reportagem da revista Terraviva possui o título ‘Pós-colheita sem desperdício’. O texto mostra dados sobre o que é desperdiçado no pós-colheita e alguns cuidados que podem ser tomados para não haver tanto desperdício. Tambem oferece uma explicação, diferindo colheita de pós-colheita.
    Pode-se perceber que, enquanto a primeira reportagem apresenta um caso e fala especificamente sobre aquele caso, sem citar outros exemplos, a segunda não tem nenhum caso para ilutrar o texto, mas suas dicas podem ser aproveitadas por qualquer produtor. Nesta, há um aprendizado: quais os cuidados que se deve ter para evitar estragos no pós-colheita. Naquela, o texo é semelhante a um perfil do produtor e de sua produção, especificamente.
    No que diz respeito aos termos, as duas reportagens não utilizam nenhum termo restrito a economia. A Terraviva fala sobre o Risco Brasil (transporte rodoviário, perdas quando as viagens são muito longas), mas não usa o conceito.
    Além da reportagem propriamente dita, as revistas trazem gráficos, box e fotos interessantes. A matéria de capa da Terraviva tem seis páginas. As duas primeiras apresentam uma foto que ocupa metade de cada página e o início da reportagem. A foto é criativa, porém não mais que a da matéria de capa da revista Dinheiro Rural (seis páginas), que ocupa praticamente as duas primeiras páginas, com o produtor na frente de uma boiada, e, no horizonte, uma parte de sua terra. Como a Terraviva não tinha nenhum caso, a foto é de um caminhão despejando grãos e de um funcionário manuseando o controle para liberar os grãos.
    As outras duas páginas da Terraviva se dedicam à reportagem e a um box, que fala sobre a capacitação da mão de obra. O box traz uma equipe da Centreinar ( Centro de Treinamento em Armazenagem). A fonte oficial, que traz as informações do box, é o coordenador desse centro. Ele aparece também na reportagem. Há, em outro box, uma entrevista com um especialista em marketing no agronegócio e diretor técnico da Agrocult – Consultoria e Treinamento em Armazenagem, também fonte oficial da reportagem. A entrevista trata de quais os procedimentos que devem ser tomados para não haver desperdício das safras. As duas fotos que estão nas páginas mencionadas possuem legendas.
    Na Dinheiro Rural, nas outras duas páginas, além do texto jornalístico, há três fotos (sem legendas): duas com o produtor e suas produções (piscicultura e algodão) e uma da estocagem de soja em galpões.
    Nas últimas páginas da Terraviva, há um gráfico, mostrando o esquema ideal para se desperdiçar menos grãos, uma ilustração de grãos armazenados em galpões e um box com as perdas de produção de arroz no Brasil. O texto jornalístico também aparece nas páginas, além da foto de duas fontes que aparecem no decorrer da reportagem. Tanto as fotos, como a ilustração, o box e o gráfico, são legendados.
    Na Dinheiro Rural, as duas últimas páginas são preenchidas por texto, duas fotos, e dois boxes. Uma foto mostra a construção de uma hidrelétrica na terra do produtor, com ele na frente e a outra o gado que possui para engorda. Essas fotos têm legenda unificada.
    Com relação aos boxes, um mostra o faturamento dos negócios do produtor e o outro como funciona o sistema de integração lavoura-pecuária.
    Fontes da reportagem Terraviva: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Denise Deckers, vice-presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapós); Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Adriano Mallet, consultor de marketing e especialista em armazenagem da Agrocult – Consultoria e Treinamento em Armazenagem; Daniel de Queiroz, coordenador do Centro Nacional de Treinamento em Armazanagem (Centreinar); Carlos Fagundes, pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). As fontes são todas oficiais
    Fontes da reportagem Dinheiro Rural: Consultor Rafael de Lima da Scot Consultoria; zootecnista Arlindo Vilela; produtor Eraí Maggi Scheffer. Duas fontes oficiais e um caso.

    Cleusa Regner

    16/09/2010 at 12:14

  3. Analise de matéria de jornalismo de agronegócio
    Acadêmico: Fabiano Rambo

    Ficha técnica:
    Revista Dinheiro Rural
    Titulo: Uma nova era de lucros na laranja
    Mês: Agosto/2010
    Disponível em: http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/70/artigo182814-1.htm. Acessado em 21 de setembro de 2010.
    Páginas: 04
    Fontes: Antônio Fortes, produtor; Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP); Consultor da GConci, Gilberto Tozzati; Economista do Departamento de Pesquisa de Citrus da Flórida, Mark Brown; Presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR), Christians Lohbauer; Presidente da consultoria AgraFNP e produtor, Mauricio Mendes; Paulo Biasioli, presidente da Associação dos Citricultores de Limeira (Alicitros); Secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio e presidente da Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas.
    Nossa análise:
    Uma bela reportagem. Assim, definimos de imediato a matéria da Revista Dinheiro Rural, do mês de agosto de 2010. O titulo já diz tudo: “Uma nova era de lucros para a laranja”. O trabalho do repórter Eduardo Savanachi inicia na Fazenda Ponte Alta, município de Conchal, no interior de São Paulo. Relata os motivos do bom momento de preços da citricultura nacional, especialmente a paulista, local de maior produtividade do país.
    A reportagem consultou nove fontes, do produtor ao economista, no qual cada um contribuiu para “materializar” o atual cenário da citricultura. De conhecimento de simples conceitos econômicos (oferta e demanda), o repórter conseguiu extrair bons dados e selecionar boas informações das fontes, permitindo visualizar toda a cadeia produtiva, suas adjacências e dificuldades. O único aspecto não abordado, apesar de em vários momentos comparar os produtores brasileiros com os americanos, foi os subsídios, objeto de antigo litígio entre o Brasil e EUA, na Organização Mundial de Comércio. Mesmo sem esse enfoque, a matéria não perde o brilho, pois a linguagem é de certa forma coloquial e os termos técnicos são explicados. A narrativa é clara e objetiva, sem vícios de linguagem. Os números não são apresentados de forma “maçante”, a fim de prejudicar o entendimento e a qualidade textual.
    Quanto aos infográficos, são de boa qualidade, elucidativos e condizentes com o assunto abordado. Em um deles, o gráfico é representado por um copo de sucos. As fotografias tem bom enquadramento jornalístico e as legendas com informações bem selecionadas.
    Por fim, a reportagem, mesmo com foco em tema especifico, é de fácil entendimento a qualquer leigo em citricultura. Chamou-nos a atenção, em especial, dois aspectos; a relação da doença de greening – descrita na matéria como a AIDS da citricultura- e a necessidade de qualificação – entenda-se conhecimento especifico – para o sucesso na atividade.

  4. Análise de reportagem
    Lucilene Rita da Silva
    Ficha técnica:
    Titulo: “A verdade que vem do campo – Um estudo inédito da Fundação Getulio Vargas coloca pro terra a máxima de que a agricultura familiar produz comida e a empresarial traz ‘apenas’ divisas”
    Meio: Revista Dinheiro Rural
    Edição: 69 – Ano:6
    Data: julho 2010
    Páginas: 26 a 28
    Editoria: Agroeconomia
    Repórter: Ibiapaba Netto
    Link: http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/69/artigo180023-1.htm

    A matéria faz uma análise da agricultura familiar e a agricultura empresarial a partir do estudo da Fundação Getulio Vargas. A foto escolhida é diagramada em duas páginas e cumpre o papel de falar por si só. A imagem mostra cinco trabalhadores rurais, considerados agricultores familiares, do sertão da Paraíba, município de Uiraúna localizada a 500 km de João Pessoa.
    O vocabulário usado pelo repórter é de fácil entendimento, tanto para o agricultor quanto para o empresário. As frases são curtas, claras e objetivas. Os parágrafos têm coerência e a diagramação facilita a leitura. Há termos, siglas e expressões citadas no texto, porém o repórter explica o significado. Na página 28 a revista trabalha com infográficos, quadros, imagens e gráficos que ilustram os números relacionados à matéria. Traz ainda dois quadros que explicam o Valor Bruto da Produção (VPB), sigla usada no decorrer da matéria e que o repórter explica de forma rápida.
    Quanto às fontes, o repórter foi feliz na escolha e na quantidade. Usou entrevista com quatro agricultores que trabalham a terra de forma manual, que, além de produzir para o próprio sustento ainda alimentam as grandes cidades brasileiras. As demais fontes entrevistadas foram: a presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu; a responsável pelo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ignez Vidal Lopes; Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues; Analista de mercado da AgraFNP, Vicente Ferraz. Há ainda o uso de dados do IBGE, através do Censo Agropecuário de 2006; análises e dados repassados através da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
    Todas essas fontes são referências para explicar ao leitor, a diferença entre agricultura familiar e empresarial. Usa a opinião de cada fonte para contextualizar tal assunto. A linha de apoio por si só é o lide. Traz de forma resumida, mas bem elaborada, a essência da matéria.

    Lucilene Silva

    21/09/2010 at 20:00

  5. Ficha técnica da análise da reportagem

    Revista: AgroANALYSIS
    Publicação mensal do agronegócio e economia agrícola do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas.
    Edição de Julho de 2010
    Vol: 30
    Número: 07
    Editoria Política Agrícola
    Página: 14
    Título da matéria: Longe do potencial

    Verificação do texto:
    A matéria se torna atrativa pelo assunto aborda e pelo texto curto. A página não traz foto, mas a diagramação é leve com alguns espaços em branco. Além da parte estética, o conteúdo trata da evolução do seguro rural. Cita como fonte, informações do Ministério da Agricultura, traz um gráfico evolutivo com informações e dados sobre o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, porém não tem entrevistas com opiniões de especialistas sobre o tema, deixando, em meu ponto de vista, a informação desvalorizada. São citados especialistas de forma geral, deixando a dúvida em relação à confiabilidade da fonte. Em um quadro, na lateral da página, informações genéricas sobre a aprovação do Fundo de Catástrofe pela Câmara dos Deputados apontados valores e função dessa alternativa que tem foco, segundo meu entendimento pelo texto, de diluir riscos inerentes para atividade agropecuária. Em termos gerais, vejo a cobertura sobre o tema como uma função burocrática e superficial, sem dar ênfase a pontos que poderiam ser abordados com maior atenção.

    Mariana Dal Piaz

    24/09/2010 at 01:45

  6. Wagner Gris
    Ficha técnica:
    Titulo: “Terra em transe”
    Meio: Revista Globo Rural
    Edição: 299 – Setembro de 2010
    Páginas: 50 a 55
    Repórteres: Texto: Clarice Couto; Fotos Leandro Taques
    Acesso em: http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI168649-18283,00-TERRA+EM+TRANSE.html

    RESUMO
    Reportagem que trata sobre sistema de produção faxinal, já reconhecido como comunidade tradicional no Paraná, mas que ainda enfrenta uma série de dificuldades em busca do respeito de adeptos de outros sistemas de produção. A reportagem apresenta vários exemplos de moradores e ex-moradores de faxinais que relatam as dificuldades e vantagens em viver nas comunidades faxinalenses e a busca constante dos moradores por conquistar seus direitos.
    O sistema faxinal é definido por uma organização em que várias famílias residem em uma área comum, com quintais e espaços comuns para os animais de cada um. Do lado de fora do quintal coletivo, cada família tem uma área de terra para o plantio de culturas como milho e trigo. Os produtos são destinados ao consumo próprio, mas o excedente também pode ser comercializado. É o típico sistema de comunidade coletiva com foco na subsistência, mas sem eliminar as possibilidades individuais de crescimento econômico.

    ANÁLISE
    As palavras e expressões utilizadas na construção da reportagem são de fácil assimilação. Um discurso rico e acessível, com possibilidade de ser compreendido por agricultores ou por profissionais que tem pouca proximidade com a realidade do campo. Essa terminologia favorece uma argumentação focada em uma conotação de convencimento de que o sistema faxinal é melhor do que os demais sistemas de organização e produção rural.
    Apresenta como pontos favoráveis ao sistema faxinal os aspectos ambientais, maior qualidade de vida e denuncia a opressão sofrida pelos moradores destes espaços. Enfatiza o trabalho voltado à subsistência e à sustentabilidade, mas que dá menos lucros. Ressalta as dificuldades de aceitação do modelo de trabalho em relação aos demais sistemas tradicionais, direitos negados e queda da renda das famílias que residem nestes espaços.
    A reportagem percorre seis páginas da revista e a narrativa segue uma linha de organização marcada por idas e vindas do fio central a assuntos paralelos. A autora apresenta a forma de organização do sistema, a dificuldade de aceitação e manutenção do sistema e a busca constante dos adeptos deste modelo de organização e trabalho em conquistarem um lugar ao sol, o efetivo reconhecimento. Basta observar a ligação entre a linha de apoio da matéria, onde cita “os faxinais correm risco de extinção” e a última frase da reportagem: “o mundo mudou e, modernos ou antigos, os faxinalenses ainda procuram seu lugar.”.
    Apesar de se apresentar em uma revista onde o projeto gráfico não favorece a qualidade gráfica, os demais aspectos e elementos gráficos são bem empregados. Apresenta fotos grandes – duas de meia página e uma de página inteira – que ilustram bem o sistema faxinal de organização e produção agrícola. Também apresenta outras ilustrações, criações gráficas e boxes com informações complementares ao conteúdo apresentado. O único problema em relação aos aspectos gráficos é a diagramação da revista, feita em texto corrido, sem divisão em colunas. Mas aí é uma questão de projeto gráfico de toda a revista e não algo específico dos elementos desta matéria.
    As fontes de informação são com foco voltado para os depoimentos e experiências dos moradores e ex-moradores de faxinais. Apenas duas fontes do Governo do Estado e uma do IBGE, mas que apenas informam questões secundárias na matéria. Não há confronto de opiniões entre os interessados nas partes mais polêmicas da matéria. Há críticas às prefeituras, que não fazem o repasse completo dos recursos destinados aos faxinais, mas não há o contraponto com os motivos pelos quais uma parte do valor fica retido na prefeitura. Há também questionamentos sobre o direito de posse das terras, mas nenhuma defesa por parte do governo do Paraná ou dos proprietários que receberam as terras há 40 ou 50 anos em concessões do próprio governo.

    Wagner Gris

    25/09/2010 at 02:16

  7. Análise de uma reportagem

    A reportagem analisada foi publicada na revista Dinheiro Rural, de agosto de 2010, edição 070, ano seis. Ocupa duas páginas (34-35) e possui o seguinte título “A crise da maça”. Apresenta as dificuldades pelas quais passam os produtores de maça da cidade de Urubici, Estado de Santa Catarina, uma das maiores lavouras da fruta no Brasil. Hoje, o custo de produção do quilo da maça é de R$ 0,55, enquanto que o preço de comercialização não passa dos R$ 0,40. Com este cenário os pequenos e médios produtores não tem renda para investir na próxima safra, muito menos, para honrar com dívidas de créditos bancários.

    Link
    http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/70/a-crise-da-maca-produtores-de-maca-enfrentam-o-pior-182837-1.htm

    Utilização de recursos

    Ao analisar as duas páginas da reportagem percebe-se a utilização de um grande número de recursos gráficos. Uma das páginas é coberta por fotos coloridas de diferentes variedades de maça. Há a presença de linhas a baixo do nome da jornalista responsável pelo texto e no contorno das páginas. Houve a preocupação de construir um infográfico colorido ressaltando os números de produção e excedente da fruta em Santa Catarina e no Brasil.
    Outra constatação importante refere-se ao grifo de algumas frases. Duas partes do texto (uma no início e outra no final) que contem informações relevantes sobre o custo de produção e o preço de comercialização da maçã, e uma afirmação de que o número de produtores pode diminuir, enfraquecendo o setor, foram grifadas em negrito. Após uma análise mais criteriosa, observando outras páginas da revista, percebeu-se que esta prática encontra-se presente, também, em outros textos, se caracterizando como ma marca do veículo.

    O Uso da Fontes

    Olhando ainda mais para o conteúdo da reportagem analisada, percebeu-se que as fontes utilizadas são basicamente as oficiais (autorizadas a falar em nome da uma empresa ou comissão) para a obtenção de dados, principalmente na forma ativa, com citações. O texto apresenta fontes de nível local, estadual e nacional, como o presidente da Associação dos Produtores de Maça e Pêra de Santa Catarina (Amap), Antônio Carlos Anselmo; o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maça (ABPM), Pierre Nicolas Perés e o presidente do Sindicato Rural de Urubi, Olíverio José de Lima, que também é produtor, mas neste caso foi ouvido somente como responsável pelo órgão. Percebe-se ainda, que a jornalista também consultou um documento (moratória) entregue ao Ministério da Agricultura, pelas entidades já citadas.
    No entanto, devido a relevância do assunto, outras fontes deveriam ser consultadas, principalmente os produtores de maça, que poderiam exemplificar melhor como está sendo o processo e as dificuldades entorno da produção e comercialização da fruta e as medidas que pensam em realizar ou já colocaram em prática para tentar amenizar a situação. A entrega do pedido de moratória é uma abordagem, mas que merecia também a visão deles e não somente das pessoas que presidem os sindicatos. Além disso, outra questão que enriqueceria a reportagem seria uma análise do mercado na própria cidade de Urubici, na região, ou até mesmo no Estado, podendo enfocar as vendas nos supermercados e os próprios consumidores.
    É essa busca por fontes diversificadas, que deve nortear a produção jornalística, caso contrário, o trabalho fica condicionado a relatos que carregam puros interesses pessoais. Como afirma Pereira (2006, p.105), o jornalista precisa buscar sempre um número maior de fontes e sempre que possível fugir das oficiais, pois geralmente, elas repassam informações que atendem somente aos seus interesses, deixando de lado os do público, por exemplo.
    O resultado é que as fontes acabam utilizando a mídia como uma ferramenta de reprodução de suas ideologias, os pensamentos que tentam “dominar” a sociedade. Assim, a conseqüência negativa para o jornalismo é o condicionamento da reportagem para a versão oficial, carregada de interesses e, muitas vezes, a mais distante da realidade dos fatos e acontecimentos. (HALL apud TRAQUINA, 2004).
    Esse cuidado com a utilização das fontes se torna ainda mais importante quando a reportagem a ser escrita será publicada em veículos de comunicação especializados ou então em editorias delimitadas, que exigem conteúdos mais consistentes. Isso porque, a mídia segmentada de hoje (neste caso na área da economia) precisa oferecer subsídios diferenciados para seu público, detalhando e aprofundando os fatos e as reportagens. Esse trabalho de verificação, apuração e construção das notícias passa, principalmente pela seleção das fontes e das declarações que serão utilizadas. Quando as fontes ouvidas são sempre as mesmas e as oficiais, o veículo acaba passando sempre as mesmas opiniões e idéias, “omitindo” outras versões e realidades dos acontecimentos. Por esta razão, quando se fala em jornalismo especializado, o melhor é sempre diversificar as fontes e possibilitar o retrato das mais variadas versões da realidade.

    Argumentos sustentados

    Para tentar explicar as principais causas que desencadearam a crise que envolve os produtores de maça da cidade de Urubi (SC) a repórter busca ouvir os argumentos das fontes oficiais (ver sobre fontes no último intertítulo).
    Para o presidente da Associação dos Produtores de Maça e Pêra de Santa Catarina (Amap), Antônio Carlos Anselmo, o endividamento dos produtores é resultado de uma série de fatores desencadeados a partir da crise mundial, em 2008, como a diminuição das exportações da maça, causando um excedente de mercadoria no mercado interno e, consequentemente, a baixa nos preços de comercialização. “Com a crise mundial, ao contrário do que pensávamos, houve uma brusca redução nas exportações e sobrou muito produto no mercado interno. Os produtores estão mal remunerados e não tem como quitar as dívidas junto aos bancos”.
    Já o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maça (ABPM), Pierre Nicolas Peres, também presente na reportagem, atribui a crise da maça à falta de organização do setor na área de comercialização. Uma das citações do presidente deixa clara esta posição: “Existe uma falta de controle na venda do produto, a oferta está desorganizada e esta situação chegou a um ponto insustentável. O produtor não domina mais a cadeia como um todo”.
    Ou seja, a partir destas colocações pode perceber uma contrariedade nas argumentações. A fonte local tenta explicar que a crise está se agravando devido a desatenção e falta de incentivos da esfera federal. Já a fonte nacional busca amenizar a “culpa” do Governo, alegando que a principal causa do mau momento do setor é a própria falta de organização interna dos produtores.

    Vocabulário e Estruturas narrativas

    Para a construção do texto da reportagem, a profissional da comunicação utilizou-se de uma linguagem mais acessível, tornando-se compreensível para os mais diferentes públicos. Ou seja, não houve o uso de termos específicos da economia.
    No subtítulo da matéria (Produtores de maça enfrentam o pior momento da história e temem que o setor “apodreça” com a falta de políticas agrícolas), a repórter utilizou uma figura de linguagem, a conotação. A palavra “apodreça” faz uma relação entre o enfraquecimento e desaparecimentos dos produtores, mas também é o que ocorre quando a fruta passa do ponto.
    Outra constatação é um relação à forma de estrutura do texto. Há a criação de um cenário, no início da reportagem, dando a idéia de como seria a cidade de Urubici, tomada pelas plantações de maça. Além disso, as opiniões dos personagens presentes são distintas e no decorrer do texto a repórter explica que os produtores protocolaram um pedido de auxílio junto ao Ministério da Agricultura, mas a reportagem não traz opiniões ou alternativas sugeridas por especialistas, que possam auxiliar ou atenuar os problemas enfrentados pelos produtores. Ou seja, o texto preocupou-se mais em apontar os problemas, mas não buscou idéias que possam ajudar a amenizar a situação.

    Referências

    PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa. Petrópolis: Vozes, 2006.

    TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são. vol 1. Florianópolis: Insular, 2004.

    Elizandra Carla Buss

    25/09/2010 at 14:43

  8. Análise reportagem:
    Revista: Safra – revista do Agronegócio
    Título reportagem: A ameaça desconhecida
    Jornalista: Carla Guimarães
    Chapéu ou editoria: Soja louca II
    Site:http://www.revistasafra.com.br/
    Link reportagem: http://en.calameo.com/read/000089148aa4569409020?authid=raZebv0bfZaZ
    Linha Fina ou de Apoio: Sem causa definida, anomalia provoca abortamento de flores e vagens e mantém a planta verde no campo

    A reportagem possui seis fontes de informação – cinco delas são pessoas e uma é entidade. Todas são fontes de informações oficiais, sendo um pesquisador, um gerente técnico de associação (que mais se aproxima dos interesses do produtor de soja),um professor da área, um assessor técnico de comissão e a Embrapa, como empresa. Sete parágrafos compõem o principal texto que devem ser somados a mais três parágrafos do Box ‘Preocupação crescente’, totalizando, então, 10 parágrafos, ou seja, duas páginas da revista. Salienta-se que nesse espaço há três fotos. A primeira, a maior, preocupa-se em mostrar a soja em seu local natural com uma pessoa – gerente técnico – manejando-a. A segunda é uma foto de identificação de fonte de informação, no caso, o pesquisador da Embrapa. E a última, está localizada na parte do Box, mostra o detalhe das deformações da Soja.
    A reportagem obedece às regras da pirâmide invertida, entrega na primeira frase o assunto/problema da reportagem. “Uma anomalia, ainda sem causa conhecida, tem gerado prejuízos em lavouras de soja localizadas principalmente n a região norte de Mato Grosso”.O termo anomalia apesar de chamar a atenção, é empregado corretamente, por significar fora do comum, que se desvia da norma, da generalidade. O texto é principalmente dissertativo-narrativo, utilizando a descrição somente para descrever as características da diferenciação da soja. “Também são características da anormalidade o afilamento das folhas do topo das plantas, o engrossamento das nervuras e a tonalidade mais escura das folhas em relação às sadias.”
    Ainda no primeiro parágrafo, a espécie é denominada como “soja louca II”, sem citar fontes que a denominaram, com a intenção de popularizar e sintetizar a denominação certa a essa alteração na soja. De qualquer forma ela não deixa de atingir seu sentido dentro desse contexto, ainda mais por estar sendo empregada entre aspas. è estranho e parece intencional mas essa “soja louca II” já gera o sentido que esse é o retorno da “soja I”, ou seja, que já existia antes, com grande possibilidade de ter alguma característica que as diferenciam. A palavra abortamento está empregada corretamente, o que não está é o texto que se segue “…além do índice de abortamento de flores e vagens”. Não seria o abortamento de sementes que, mais tarde, se transformariam em flores e vagens? Após, o dado 40% – utiliza-se dado quantitativo somente nessa circunstância – embasa a existência da redução de produtividade.
    No terceiro parágrafo é apresentado um pequeno histórico da “soja louca”, até parece filme de terror, identificando as coincidências e as diferenças entre ambas (I e II). Considerando a principal que ainda não se conhece a causa da Soja louca II.
    A paráfrase é utilizada algumas vezes durante o texto. A maioria usando o entre parênteses para escrever, por extenso, o que significa determinada sigla e, uma vez, como explicação explicita. “… principalmente ligado ao cálcio na planta; coquetéis de agroquímicos (uso conjunto de vários defensivos) e envolvimento de algum patógeno.”
    A co-referência é utilizada em um caso sendo correspondente. “Na época chegou-se a ligar a anomalia à aplicação do 2.4-D, mas em áreas onde o herbicida não tinha sido usado também foram registrados casos, prosseguindo assim o mistério.”
    Na sequência, o desenvolvimento da reportagem se baliza sobre a probabilidade dessa deformidade genética causar poucos prejuízos. O fechamento da reportagem se dá informando que, apesar dos casos estudados apresentarem ácaros-pretos, outras sojas que também apresentam os ácaros, não desenvolveram a tal alteração genética.
    No Box são acrescidas também informações de eventos que discutiram o caso da “soja louca II”, o que enriquece o texto trazendo uma nova roupagem e novas informações sobre a possível causa. “… o estresse causado pelo ambiente ou fatores biológicos e os fitohormônicos relacionados à inibição ou crescimento da planta.” Deixa-se claro a necessidade de mais pesquisas sobre o caso.
    É perplexo que em nenhuma ocasião se mensura sobre a alteração genética, que teria que ser o termo-pivô, nem se conversa com um geneticista e com um produtor de soja, que passe por essa situação. O texto ainda pode ser considerado para um público especializado e não segmentado, por tratar as informações de forma simples, sem muitas especificações e rebuscagem.

    Karen Aline Perez

    25/09/2010 at 23:09

  9. Elizandra Vissotto
    Ficha técnica:
    Titulo: Cama de aviário é utilizada como adubo natural.
    Meio: Revista Panorama Rural
    Edição: 137 – Julho de 2010
    Páginas: 18 a 21
    Repórteres: Texto e fotos :Ariosto Mesquita
    Acessos em: http://www.google.com.br/interstitial?url=http://www.panoramarural.com.br/noticia.aspx%3Fid%3D2098%26edic%3D137
    http://www.panoramarural.com.br

    RESUMO

    Título da Reportagem: De vilão a mocinho.
    Agricultura recupera status da cama de frango, agora como adubo natural.

    A reportagem trata sobre o uso da cama de aviário como adubo natural que é utilizado na horticultura em cidades do Mato Grosso e Minas Gerais. Com esse adubo, os agricultores economizam e tem ótimos resultados. O autor apresenta o exemplo de um agricultor que a 7 anos trabalha com esse material. Ele comemora o sucesso no desenvolvimento das hortaliças. Os produtos são destinados ao consumo próprio e a comercialização que garante a renda da família. É uma boa reportagem que utiliza uma série de fontes e descreve também as vantagens e a proibição da utilização do reaproveitamento das camas de aviários na alimentação de animais.

    ANÁLISE

    O destaque da reportagem são as fotos que utilizam mais de 50% das 2 primeiras páginas. Elas mostram o resultado da utilização das camas de aviário na produção de hortaliças. As fontes utilizadas são: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Empresa de Assistência Técnica, Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater- MG) e o agricultor Rodrigo Teles da Silva.
    No decorrer de 4 páginas narrativas, são oferecidas informações básicas sobre a utilização do adubo e os fatores da proibição e utilização das camas na alimentação de animais.As palavras e expressões utilizadas são de fácil assimilação. É um discurso rico e acessível, que pode ser compreendido por qualquer pessoa. Para finalizar o autor traz um box com o depoimento de um agricultor do Mato Grosso. Recursos como infográficos e tabelas estatísticas não foram usadas para ilustrar a matéria.

    Elizandra Vissotto

    26/09/2010 at 00:03

  10. Revista América Economia
    Circulação nacional
    Editoria Negócios Energia
    Páginas 16, 17, 18
    Título da matéria: De cara nova
    Retranca: Consolidações no setor de etanol fortalecem e mudam o perfil do mercado brasileiro.
    Chamada de Capa: ETANOL – o setor muda de cara

    Verificação do texto:
    Logo de início é colocada uma fonte fazendo o paralelo entre a produção de açúcar e o etanol, demonstrando o crescimento fabuloso do etanol e a perspectiva do aumento de adição do produto a gasolina.
    Na segunda chamada com o título “Estabilidade” e, um outro com o título “Mais investimento”, a segunda fonte abre o leque de possibilidades de utilização da produção de cana-de-açúcar que poderá servir para energia.
    Para terminar a matéria é comentada como a fusão das empresas brasileiras que produzem açúcar e etanol tem contribuído para o aumento da lucratividade, o consumo do etanol e a possilidade de se produzir alimento e etanol, conseguindo em certos momentos ter o excedente de ambas produções. Outro fato importante é a demonstração do crescimento da participação das empresas brasileiras tanto na ponta compradora quanto na ponta vendedora do produto.
    As fontes são todas oficiais sendo o presidente da Açúcar Guarani, Jacyr Costa Filho, o sócio da Corporate Finance da KPMG no Brasil, André Castrello Branco, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Antônio de Pádua Rodrigues, presidente da ETH Bionergia, José Carlos Grubisich e, o pesquisador e diretor da faculdade de Engenharia – Fundação Armando Álvares Penteado, Francisco Carlos Paletta.
    Apesar de ser uma reportagem com linguagem acessível, bem costurada, com gráfico e dividida em subtítulos que facilita a leitura, percebe-se que também não deixa de ser uma matéria de propaganda das empresas citadas.
    Como continuação do assunto tem a entrevista, nas páginas 20 a 22, com o presidente da ETH Bionergia, José Carlos Grubisich, sob o título “Mais competitivo”. A qual fortalece o elo entre a produção de açúcar, etanol e energia a partir da cana-de-açúcar. Além, de demonstrar que os investimentos na área estão cada ano maior e com recursos garantidos e que o próximo passo é a consolidação do produto brasileiro no mercado internacional através das exportações.

    Recursos
    Além da linguagem ser jornalística e não técnica, deixando a leitura leve, a foto chama muito a atenção. Porém, ela está desconexa do assunto, pois demonstra uma trilhadeira numa plantação de milho, onde a matéria é voltada para a produção de cana-de-açúcar.
    Teve utilização de infográfico e a divisão em subtítulos deixa a leitura menos linear e mais estimulante.
    Na entrevista além da foto do entrevistado tmabém foi utilizado o gráfico para demonstrar o crescimento da empresa com um título bastante chamativo “A criação de uma gigante” e o uso de janelas para destacar posições do entrevistado.
    É citada a fonte da foto da matéria, mas não da entrevista.

    Ângela Stanguerlin Chemin

    27/09/2010 at 18:30

  11. Análise de Reportagem

    A reportagem analisada foi publicada no site da Revista Globo Rural, no dia 29 de setembro de 2010. O título da reportagem diz “Valorização da soja no mercado interno antecipa venda de produção.” São apresentados os motivos da valorização da Soja, principalmente no Centro-Oeste. A Matéria mostra que o grão teve alta de 3,7% , motivo esse que anima os produtores, mas é preciso ter cautela, pois pode comprometer próxima colheita da safra.

    Link: http://revistagloborural.globo.com/

    Utilização de recursos

    Analisando a reportagem foi possível perceber que há poucos recursos gráficos. Por ser uma reportagem de mídia eletrônica, entende-se que poderia ter sido usado um maior número de recursos para deixar a matéria mais atraente. Na página aparece apenas uma foto referente à soja. Trechos importantes do texto estão em negrito, mas nenhum deles oferece outros recursos, como links que levem o leitor há outras informações sobre o tema. As opções oferecidas na reportagem são: Leia mais, onde oferece três links que leva o leitor há três matérias diferentes, mas referentes ao mesmo assunto. E também a opção: Temas relacionados, onde há uma matéria especifica sobre a soja. Após uma analise criteriosa, e levando em conta outras matérias publicas no mesmo site, percebeu-se que essa é uma pratica comum, e que eles seguem a mesma linha, o mesmo formato de edição em todas as reportagens.

    O Uso das Fontes

    Observando ainda mais o conteúdo da matéria, percebe-se que foi utilizada apenas uma fonte e essa oficial. A obtenção de dados e citações foram todas feitas pela superintendente técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Devido a relevância do assunto, seria importante contar com mais fontes e também mais dados para deixar a reportagem completa.
    Vocabulário e Estruturas narrativas
    Para a elaboração do texto, o profissional utilizou de alguns termos técnicos e muitas vezes o texto ficou complexo, de difícil entendimento de um leitor leigo no assunto. Foi usado termos específicos de economia na reportagem.

    Referências

    PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa. Petrópolis: Vozes, 2006.

    Christiane Lise

    30/09/2010 at 19:01

  12. Rafaela Taísa Menin – Análise de reportagem
    Veículo: Época Negócios
    Edição: Setembro de 2010, n. 43
    Reportagem analisada: “Fazenda-modelo”, página 150.
    Repórter: Raquel Salgado
    Fotos: Beto Riginik
    Link: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EIT0-16294,00.html

    A reportagem “Fazenda-modelo” tem como subtítulo “Como Walter Horita, um engenheiro mecânico nascido no Paraná, levou uma gestão moderna ao cerrado baiano e se tornou um dos três maiores produtores de algodão do Brasil”. A partir daí já é possível os assuntos-chave da reportagem.
    Ao olhar para o título da matéria já é possível ter uma noção do que vem adiante. A maneira como as palavras “Fazenda-modelo” foram escritas, com letras grandes e brancas e com hífen, já começa ligando o próprio título ao tema principal da reportagem, algodão.
    Uma foto de uma plantação de algodão encobre as duas primeiras páginas da reportagem. A foto também mostra um horizonte que parece inacabável ao fundo, que ao meu ver, já começa explicando o porquê do título da matéria. Como se uma “fazenda-modelo” precisasse ser grande e bem cuidada como aquela. Ao longo do texto é possível perceber que a propriedade do produtor de algodão em questão, o Sr. Horita, é realmente enorme e “modelo” para o Brasil e exterior.
    Ao virar a página, o leitor se depara com duas situações: texto na página 152, e na 153 há uma foto de página inteira do rosto do produtor de algodão. Não tem como não olhar para a foto primeiramente, só de olhar já é criada um tipo de simpatia com o Sr. Horita.
    Ao voltar para a página 152, começo a ler o texto e me impressiono: a repórter começa descrevendo uma cena, que parece ter presenciado: “O empresário Walter Horita, 48 anos, protege-se do sol escaldante do cerrado baiano no interior de uma usina que separa os caroços das plumas de algodão. Contempla em silêncio a montanha de chumaços brancos recém-colhidos dos que chegam em caminhões para ser beneficiados…” Depois de ler este trecho, com certeza a vontade é de continuar lendo a matéria.
    Ao longo dela, a repórter utiliza algumas expressões econômicas, como “commodity”, “traders”, “arrobas” e “hedge”, mas é notável a simplicidade com que a grande maioria da reportagem foi construída. Há muita simplicidade de vocabulário, com exceção de alguns termos, que deixa a reportagem leve ao ser lida.
    Ao longo das sete páginas, a repórter ainda opta por usar mais uma foto das mãos de Horita segurando algodão, e outra de um funcionário colhendo algodão em cima de uma máquina. Também utiliza um gráfico que mostra a evolução do algodão no Brasil, de 1999 a 2010. Também há um olho e um box, logo após o gráfico brasileiro, chamando a atenção para os números da “fazenda-modelo” de Horita.
    Apesar da matéria elencar um personagem e querer mostrar a fazenda-modelo dele, a repórter utiliza somente duas fontes: o próprio personagem e o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues. Além dessas fontes, ainda pode-se citar o gráfico com dados brasileiros e um relatório sobre agricultura da FAO, que trazem mais dados ao texto.
    Ao longo da reportagem, fica claro que a valorização dos funcionários e da tecnologia fez a diferença na fazenda de Horita, para ele se tornar “modelo”. Além disso, a página seguinte da matéria vem com uma espécie de “extra”, em que enfatiza a tecnologia e as exportações do Brasil por setor.

    Rafaela Menin

    01/10/2010 at 01:10

  13. Professor me dei conta que esqueci de fazer um parte do trabalho….aí vai…espero que não seja tarde…hehe

    Ficha técnica da análise da reportagem
    Jornal Sul Brasil de Chapecó/SC
    Circulação regional
    Editoria Geral
    Página: http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTO0-4370-342589,00.html
    Titulo: Procuram-se coelhos
    Formato de TV e Interne
    Data: 30/09/10

    • Vocabulário: Como se trata de um texto de Telejornalismo, a linguagem é bastante simples e coloquial, acredito que adequada para o público alvo. Não utiliza muitos termos técnicos devido a novidade do assunto para o produtor
    • Análise lexical: O formato e as fontes das matérias do Globo Rural na internet, como é o caso desta, são bastante simples. A fonte é Times New Roman, sem nenhum respiro, texto e mais texto
    • Recursos gráficos: Na reportagem não há fotos, nem infográficos, nem quadros, nem tabelas. A única imagem para visualizar é o primeiro frame da matéria de TV. Na versão televisiva um único recurso gráfico foi utilizado, um mapa de localização da cidade de Salto de Pirapora – SP, onde existe o único abatedouro do país.
    • Estruturas narrativas: o único cenário é o abatedouro. Lá o repórter encontrou o criador, o dono do abatedouro e o veterinário. Acredito que tenha faltado na reportagem a abordagem da propriedade.
    • O Argumento da matéria é que existe um mercado de grande demanda por coelhos, mas o repórter não explica para o público como fazer a criação. Portanto se trata de uma notícia, somente, deixando de lado a possibilidade de fomentar a criação.
    • Enredo é simples, é descritivo do processo de descarga do lote até o dentro do abatedouro, abordando com o veterinário a demanda do produto no mercado brasileiro que é mais limitado que o mercado Argentino.
    • Fontes: um criador, um dono de abatedouro e um médico veterinário

    Tangriany Coelho

    01/10/2010 at 10:22

  14. Reportagem especial PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL, revista AGROANALYSIS, da Fundação Getúlio Vargas, edição junho/2010.

    ANÁLISE LEXICAL:
    O texto mostra a importância do agronegócio para a economia brasileira e a crescente preocupação dos agentes econômicos com a sua sustentabilidade, não só pela questão de imagem do setor, mas, principalmente, pela garantia de sua perenidade, constituindo-se num conjunto de atividades que não afetam os recursos naturais, mais, ao contrário, tem em sua proteção as premissas de sua perpetuação. O léxico empregado é apropriado ao tema, embora faça uso de termos próprios do jargão intragrupal dos ambientalistas e especialistas na área, situando-se na linha limítrofe do jornalismo e dos enunciados técnicos e tem, como palavras-âncoras, sustentabilidade, produção sustentável, boas práticas, responsabilidade econômica, transparência, aquecimento global e mudança do clima, emissão de metano, índice de equivalência, mecanismos de desenvolvimento limpo etc.

    ESTRUTURA NARRATIVA:
    O texto está fortemente apoiado na apresentação do tema e em oito artigos assinados por autoridades setoriais e especialistas do setor, além de abordagens de casos concretos, como o da Agroceres.

    ARGUMENTAÇÃO:
    A argumentação adota pressupostos de abordagens econômica, científica e social. Invoca a importância do agronegócio na geração de riquezas exportáveis, na garantia de segurança alimentar e na manutenção da milhões de famílias no campo. Professa a proteção aos bens naturais e respeito às áreas consolidada de produção de alimentos. Realça a confiança nos avanços científicos que chancelam os produtos transgênicos e as formas de manejo do solo e dos recursos hídricos.

    USO DE RECURSOS GRÁFICOS:
    Os recursos visuais são conservadores. O emprego de recursos gráficos limita-se a ilustrações fotográficas (nove|), poucos quadros informativos (três) e nenhum infográfico. A reportagem tem como substrato essencial o texto.

    FONTES CITADAS:
    Inpev, CNA, Anec, Abiove, GWP, IEA/USP, IPCC, MMA, PwC Agribusiness, PrincewatherhouseCoopers, MAPA, BNDES.

    Marcos

    04/10/2010 at 12:25


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